terça-feira, 11 de maio de 2010

Enfim, uma resposta




Passamos a maior parte de nossa existência atormentando os homens com mistérios que estão latentes em cada discussão de relacionamento. A pergunta “o que as mulheres querem, afinal?”, parece estar estampada em neon e piscando, sobre cada testa masculina que se move sobre o universo.
Além desta questão intrigante e altamente decisiva para a prosperidade das relações há outras implícitas e um pouco menos filosóficas, mas que demandam, certamente, alguns minutos de reflexão diária a cada homem que já deixou uma gravata no braço do sofá ou um sapato a alguns centímetros da caixa: (a) por que as mulheres reclamam tanto? (b) o que deixa uma mulher realmente feliz? (c) elas nos querem em casa, fazendo o serviço doméstico, ou no trabalho, provendo o sustento da casa?
Colaboração é o centro de toda a batalha entre os sexos que atravessa os séculos, muda de cenário, mas está sempre ali, de uma forma ou outra. Quando pedimos que as roupas voltem ao seu local de origem, que é o guarda-roupa, após serem utilizadas ou ao cesto de roupa suja, quando for o caso, não estamos pedindo que os homens abandonem a importante tarefa de assistir ao esporte para fazer todo o processo de lavagem da roupa ou organização do guarda-roupa. Estamos apenas pedindo um pouco de colaboração.
Quando chegamos exaustas de um longo dia de trabalho e queremos conversar sobre o colega chato que fala sem parar ou sobre o chefe insensível, não estamos pedindo que os homens abram uma planilha do excel com 1.326 possibilidades de resolução do problema e com dados estatísticos que comprovam a probabilidade de 78% de alguma delas dar certo. Estamos pedindo apenas, um ouvido, um colo, um abraço. Colaboração, resumindo.
Por outro lado, quando saímos para trabalhar, estamos apenas querendo colaborar. Não estamos assumindo a responsabilidade financeira da casa e nem pedindo para sermos chefes de família. Porque aprendemos dolorosamente que nossa projeção no mercado de trabalho não nos destituiu dos afazeres domésticos, apenas acrescentou mais algumas horas a nossa dupla jornada de trabalho.
Obviamente que a realidade é bem diferente. Pelo menos no Brasil, essa tal colaboração está se transformando em vaga lembrança para um terço das mulheres que trabalham fora. Conforme pesquisa divulgada no dia 9 de outubro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 34,9% das mulheres que estão no mercado de trabalho também são chefes de suas famílias. A pesquisa também mostrou que mesmo quando há um homem presente no lar (9,1% dos casos) a mulher é a pessoa de referência da casa.
E se você duvida da pesquisa, dê uma boa olhada para seu filho de 15 anos deitado no sofá da sala. Os homens estão cada vez mais dependentes das mães, que se tornaram o maior referencial de vida dos filhos. Há bem pouco tempo atrás, os filhos homens ligavam para o pai quando seus namoros entravam em crise e quando a vida profissional não ia bem. Hoje, eles ligam para a mãe, sem pestanejar. Quem dera todas as mulheres tivessem a sabedoria da minha cabeleireira Elis, que não faz comentários sobre a nora perto do filho, pois não quer influenciar, já que ela sabe o peso que sua opinião exerce sobre ele.
A resposta então, não poderia ser mais simples. O que as mulheres querem, afinal? Colaboração. O que deixa uma mulher feliz? Um homem colaborando. Por que as mulheres reclamam tanto? Porque falta colaboração. E por fim, se queremos que os homens abandonem o trabalho fora de casa para fazer as tarefas domésticas? Claro que não. Queremos mesmo é só um pouquinho de colaboração!
Ah, só para exemplificar, a pesquisa também indicou que o número de horas semanais dedicado a tarefas domésticas pelas mulheres é de 20, 9 e pelos homens, 9,2. E se alguém conhecer um homem que trabalha tudo isso em casa, emoldure e pindure no meio da sala. Pode valer milhões em leilões de raridades.

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